terça-feira, 11 de novembro de 2008

Andrea. Te odeio.

Não é mais uma mentira sem fim, Andrea. Assumo meu amor a ti e a ti confesso meu ódio por ti. Parece redundante e oposto, mas não é. Amei-te pelas tuas meias, seus sorrisos, seus olhos, seus cabelos, sua pele e mais alguma coisa que não me lembro. Odeio-te pelos teus gestos, seus gostos, sua ironia, seu macabro amor a qualquer um que cruza seu caminho, sua confiança a mim e alguma coisa que não possa ou não queira lembrar.

Odeio o fato de tanto suportar falar e odeio-me por ter de sobreviver aturando suas falsas lagrimas de amor desfeito, refeito, malfeito e feito. Eu demorei vinte anos até encontrar a verdadeira amada. E você encontra o seu verdadeiro amado a cada esquina. Céus, como estou repetitivo! Mas é só porque você é repetitiva, amiga-amante. Pronto, crio agora um titulo pra você! Amiga-amante. Amiga minha, Amante de todos os outros. Você é tão crua que posso até te delimitar em algumas palavras. Não é como todos os outros humanos, indefiníveis com relação a adjetivos.
Você conseguiu.


Sabe quando despertou essa revolta em mim? Sabe?
Desde quando desceu por aquela porcaria de escada do cursinho. Que, por acaso, não mais freqüenta. Faz um mês que não a vejo naquela droga de escada, que só serviu pra tirar meu sono a noite. Escada, frio, Andrea e sono. Combinação maldita. Te odeio

Te odeio.
Como te odeio.

Amiga-amante. Desfrute da tua gloria social com seu sorriso a todos e suas lagrimas a mim. Porque todos desfrutam de seus sorrisos. Foi assim que conseguiu me atrair.


Sabe quando alimentou meu ódio, Andrea? Sabe?
Quando reproduziu minhas palavras seguras de boa honestidade ou de ma interpelação, aparentemente ingênua. Sei, não sou dono de todas as minhas frases, que tens o mesmo prazer literário que eu, o mesmo pensamento sobre torradas com geléia de morango ou o mesmo idioma. Eu podia me gabar, em tese, mas foi naquele segundo que percebi o quão sugado venho sido.

Amiga-amante. Desfrute de sua glória social com minhas falas e minhas lagrimas que em silencio são derramadas. Meu choro puro que demorou poucos anos para surgir. Desfrute do meu amor que nunca mais terás odiável-querida, amiga-amante. Como diz Drummond (detesto reproduzir frases alheias a mim, pois de alguma forma não me sinto digno de reproduzi-las. Pena que não pense o mesmo.) “o meu ódio é o melhor de mim”, ou algo que o valha. Pense bem, você tem o meu melhor e o meu pior. Tens a minha chuva de lagrimas, minha dádiva de sorrisos, meus dedos alérgicos. Alias, teve. Não mais os tem.


Quer saber de uma coisa?
Caralho, você é a primeira que eu escrevo cartas, a primeira a querer ser minha amiga (amante dos outros hehe), a primeira a ter meus olhos mareados e minhas brilhosas e escuras pupilas.
Pode conferir, na minha primeira carta, que você nunca recebeu, o quão detestável ser eu sou. Nunca falo de mim nas cartas, pois sou tão medíocre que sequer mereço atenção. E por isso te odeio pelo fato de estar certa co relação a mim. Não lhe mereço, não mereço atenção. Mesmo você tentando me dar alguma. Não mereço uma foto ao teu lado como um idiota qualquer numa avenida sem fim onde pombas, carros, pessoas e folhas passam sem serem notados. Nem podemos, futuramente, nos deitar na grama fria e seca de algum lugar qualquer e rir das nossas fotos, porque nem isso temos.

Consegue imaginar esse dia? O dia em que nós nos reencontraríamos e estivermos longe dessa nossa situação atual que tanto me aflige e tanto lhe agrada, Andrea. Eu queria poder, mas meu futuro é tão negro quanto uma noite de sono mal dormida que já é de praxe eu presenciar.

Só pra reafirmar Andrea, te amo te odeio.
Até a próxima e ultima.
Carlo.

2 comentários:

Claudinha Nogueira disse...

Nossa que texto complicado.
ainda to meio sem entender ^^
mas um belo texto =)

Anônimo disse...

É isto aí. Bota pra fora essa mistura amor e ódio que pode nos enlouquecer. Não podemos viver ao mesmo tempo os extremos. Deixe o ódio sair para que o amor poça ocupar todos os espaços... depois, grite seu amor, mas somente para quem o mereça. E boa sorte!

Louise Tommasi
loutommasi@gmail.com