quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Soneto Incolor

Nesta rua de grades cinzentas
Espreita ansiosa por devoção
Do frio, que teu caule sustenta
Do mal, da raiz, do chão.

A orquídea floresce puramente
Seus raios dourados ofuscantes
Paralisam sucessiva e obscenamente
É a dor! É a dor! É ululante!

Prossegue, assim a flor dourada
Naquela rua incolor
Não anda, não fala, não nada.

E por mais que se insista
Ela é apenas uma flor
Aparece, desaparece e não deixa pistas.

Nenhum comentário: